caminhava eu meio desligado pelo campo quando me apareceu pela frente um velho pastor que com voz de tenor se meteu a cantar assim que me viu aproximar de repente, com o ruído, a frequência, e o canto todo o rebanho balou e som tornara-se tanto que eu me adensava de espanto preso ainda à imagem do velho pastor sentado e resignado à estatia do passar do dia, que cantava enquanto versava a sua poesia perco-me em campos e campos, e verdes e verdes e solidões e solidões, e multidões e multidões de nada, de tudo, faço-me à estrada para ver se me acudo e chego ao campo e denoto que o pastor está agora mudo fico confuso, salta mais um parafuso e os pés andam cada vez mais tortos sem saber se é campo, se é vida, se é hora de desviver no tempo dos mortos