Há em ti
um aroma a sorrisos pueris sempre que o teu olhar me acaricia as mãos
pousadas nas memórias que nos levam para as manhãs em que te acordo com um
respirar mais acelerado porque há em ti um sabor a pétalas que me inebria o
sexo húmido pelo teu (en)canto e me grava na pele relevos primaveris, como os
rios que saltam as margens em tempestades de nós, como os cavalos selvagens em
desabridas corridas nas planícies que formam uma ponte entre as nossas almas
que t(r)ocamos cada vez que nos perdemos e achamos, um no outro, tu em sintonia
com os sussurros murmurados ao meu ouvido esquerdo quando o meu corpo se ergue
sempre que o teu se esvai em mim.
E
agora______________Apetece-me que me sorrias nesse encanto
com que me esqueces e te esqueces de nós nos dias em que os telefonemas escasseiam
e os olhares se dispersam em luzes fugazes de raios lunares, porque o sOl é
nuvem que não passa. apenas eu num passo-a-passo com o tempo que não me deixa
deixar-te. mesmo
quando as tuas mãos são as minhas mãos, tão pequenas, tão tuas, a
fechares-me o vestido de pele nua, a apertares-me o colar de pérolas
e o pescoço no sexo sem tabus, aroma a petúnias cultivadas no teu jardim de
Verão, onde ao poucos as cores são códigos para o amor que demora. são dedos, ágeis, longos e firmes que me
emprestas quando estou longe, dedos de espanto, escancarados de prazer, quando se
passeiam em mim, apertando-me os mamilos, despertando sensações de toques
de guitarra dedilhada pelos teus dedos entrelaçados nos meus, que
escrevem sms quando o
decalque do teu corpo descansa em mim. à distância de quantos dedos quiseres. dedo que me apontas pela verdade que
lembro. dedo que estico
quando te quero indicar o caminho de regresso, sabendo que partida pode ser
também meta, nos orgasmos que não teremos, imaginando que NÓS de dedos cegos de paixão, me massajam as
costas tensas pela ausência de notícias. e é quando os teus dedos desenham beijos nos meus lábios que
escondem os perfumes que me deixaste nas coxas, quando os teus dedos e sempre os teus dedos excitam líquidos secretos que
alisam a minha pele que sabes tocar, que (te) sei quantos dedos fomos.
Os dedos nos dedos sao sempre cúmplices de infinitos segredos.
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