Barulhando perto ao longe,
Triste e pálido mato meio sem Graça.
Sequiosa, a boca, comanda-se emudecida
Pelo calor da fachada
Que esconde o estro ingénito
Que acende e apaga a luz do meu ser.
Temos todas as razões para viver,
Mas falta-nos sempre uma razão para reparar o mundo.
Porque o mundo é ingente e pequeno,
Vê-se sempre perto de longe.
Brotam-se ideias e pensamentos,
Mas é certo que nunca se exuma como deve ser.
(Estará o solo insalubre?)
A água, pura, esvai-se
Pelo desejo ávido
Que mescla cada pedaço de mim.
Já nem me acho,
Deslustradas, as fotos
Que me pediram.
(Pena, os traços do rosto que se espelham na água)
O gesto inócuo nunca me há-de dar a conhecer o
incognoscível.
Fosse, talvez, o mundo feito de insipidez
E fossem os dias resumidos a flores, sol e Primavera.
Fosse eu a tua sede e água da Fonte a tua boca,
Porque assim, num gesto vão, estaríamos conchavados.
O (nosso) mundo não é a fachada que pintamos.
Um belíssimo poema que me tinha passado despercebido, não pelo conteúdo, mas por minha recorrente pressa em que vivo.
ResponderEliminarágua e sede saciando bocas.