Passava o polegar no teus olhos num gesto ternurento.
Uma lágrima cai do teu olho. A lágrima chega às tuas bochechas, e eu seco-a.
Mais nenhuma lágrima tua cairá ao chão que eu pisar ao teu lado. Eu não deixarei. Mas, novamente, caímos numa cama que não é feita... e ali ficamos... a olhar para o tecto enquanto as nossas mãos se entrelaçam no silêncio da voz que já não temos.
As palavras já não descrevem mas e, nos momentos melancólicos quem atende a minha alma desassossegada? - O amor... não será certamente.
Mas fico. Espero. Um dia a inquietação acalmará. Continuo à espera...
Estes desgostos não correm. Aliás, nem têm pressa...pressa de morrer. Pelo oposto, quem fica com vontade de morrer sou eu. Na angústia de algo que às vezes canso-me de sentir. Os meus olhos incham, doem. A minha cabeça dói. São os gritos. Têm vozes. E por momentos, naquela interminável ida à casa de banho em busca de isolação eu procurei tesouras, procurei gilletes. Pensei em cortar o cabelo, penso em cortar-me a mim. Eu queria. Eu tentei. Aí o meu medo gritou mais alto que a minha coragem. E eu parei. - Desespero - Fico sentada no chão daquela casa de banho em quadrado. E quando saí de lá as luzes já não eram luzes. Eram fantasmas a perseguirem-me. Como se me quisessem. Eu recuo, não totalmente. E continuo, outra vez. Já não o conseguem. Esses fantasmas. Nada me afasta daquele conforto no canto do meu quarto em que fumo os meus charros às escuras, onde me afogo no mar de estrelas que observo. Naquele silêncio ameno. Onde as vozes já não se ouvem. Onde o hábito que se consome daqueles pequenos momentos permanece. Onde não me preencho mas me questiono eternamente.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
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Tens a capacidade de envolver as tuas personagens em palavras que funcionam como uma espécie de luz negra. Realças fortemente algumas das suas angústias mas mantens o resto velado numa penumbra em que apenas adivinhamos os seus contornos e queremos saber mais. Gostei muito.
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