quinta-feira, 22 de junho de 2017
segunda-feira, 1 de maio de 2017
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
São Morte
Ondulado
Do lado que a menos favorecia
Parecia uma pasta prensada contra a almofada
Fadada de durões de esponja e algodão
Algo de cordão que apertava como a angústia
Tia da opressão e mãe da depressão
Depressa São percebeu que ondulado marcava cada vinco
Com afinco na orelha daquele lado envolvido
Olvido de perguntas existenciais e de toques no ombro com
suavidade
Pois a sua idade era como um copo cheio de limonada
Nada doce mas apetecível à morte
Corte forte na sorte
Suporte de coração pendurado à cabeceira
Mas cabe na feira de almas escolher
A colher que vai mexer o copo até transbordar
O bordar de uma assistolia
Assim lia São na iris enquanto soprava
Só p’ra afastar o cabelo ondulado
Do lado que primeiro se trasladava
E dava um abraço no vinco, na dobra, na sobra
Da obra com mão de bola de sabão.
~
~
domingo, 4 de dezembro de 2016
(...) E a belíssima melancolia das estreitas ruas Lisboetas que atravesso nesta noite enchem-me outro copo de vinho que acompanho com um cigarro. E menos uns anos de vida que perdi por cinco minutos de saborear este mesmo cigarro que tanto ansiei. O vinho nunca me soube melhor. Eu, sinceramente, não sei o porquê. Pensando sobre isso... diria que é pela saudade. Não do vinho, porque essa nunca existe... e dos cigarros muito menos, pois fumo um a cada hora ou menos. Mas a saudade de deambular por Lisboa, a saudade de ver a noite cair sobre os prédios arruinados, a calçada que na turva bebedeira se torna o maior obstáculo a alcançar, as luzes que avistamos de cada miradouro, a poesia do vento que por aqui atravessa. A saudade disso tudo faz com que tudo pareça melhor, o vinho, os cigarros, as pessoas... até mesmo as ruínas históricas de cada rua parecem ter uma beleza impossível de traduzir. E mais uma vez... pergunto-me, como? Como é que num país onde se respira melancolia em cada esquina se pode encontrar tanta beleza que em mim eu não vejo?!
quarta-feira, 4 de maio de 2016
N is for Neon [The alphadeath Codex]
Drifting relentless
A sea saw sway takes
me away
Far, far into foreign
shores
Where amongst the
pebbles and the seaweed
I lay to rest one more
time
The salty corrosion of
my bones
Carved the most curious
form of writing
Like a mermaid’s suicide
letter
Maybe a starfish telegram
A seahorse dances in
the ebb and flow
A murmur from the deep
resonates
All is quiet, all is
loud
A thunderstorm rips
apart the endless horizon
Making the sea foam glow
in electric blue
And the ocean lit up
like neon
I here again, I’ve
been here forever
Dreaming and drowning in
sorrow
Marooned in a lonely
place
Seagulls come to sing
at my wake
As my body becomes
sand and my soul turns to salt
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
#LoveLetter_AITD
descubro-te entre as gotículas de espuma que o mar inventa para me dizer de mansinho que as tuas cartas não mais terão carimbos dos correios das cidades que visitas anónimo e despido de mundanismos patéticos que alimentam falsas aparências de virilidades amputadas pela idade que são apenas dois algarismos.
lembro-te em labaredas de sorrisos e teorias catedráticas sempre que me olhavas na plateia onde me misturava com outros ouvintes atentos de espanto bebendo-te as palavras como que tem sede de viver, amando-te em segredo nesta paixão proibida e trágica, nesta memória que não esquece, no fim do mundo que foi a tua morte prematura numa partida sem aviso, neste (a)mar que me é sal, vale de lágrimas em silêncio, na música que és e (me) sabes a violetas sempre que me murmuravas promessas.
deveria estar zangada por não cumprires a mais importante, a de não te ausentares sem regresso, a de não partires sem chegares a uma cidade qualquer, eu que ainda guardo os sobrescritos carimbados numa volta ao mundo donde não voltas.
deveria estar zangada por não cumprires a mais importante, a de não te ausentares sem regresso, a de não partires sem chegares a uma cidade qualquer, eu que ainda guardo os sobrescritos carimbados numa volta ao mundo donde não voltas.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Revesti-me a pele,
o suor do nosso amor,
o calor arrepiante das minhas costas,
socorre-me a carência,
e esvaíra as minhas desilusões.
Agora, eu nem penso
a amargura desvaneceu
a minha fala são os meus gestos,
e só consigo tocar-te.
Só consigo querer tocar-te.
Afogo-me nos teus olhares,
Os meus dedos tremem,
O meu coração palpita…
Os meus lábios perdem-se no teu corpo,
A minhas mãos exploram toda a tua essência,
Desisto colada a ti,
Os nossos corpos juntam-se e somos dois
De tanto me perder em ti,
Fiquei esquecida de mim
E hoje sou algo ou alguém,
Mas hoje, desejo-te.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
#LoveLetter_AITD
Boa noite,
Venho por este meio dirigir-me à AMOR (Associação Mortuária Originária de Rancor),
com o objectivo de reclamar do serviço prestado pela mesma.
Como deve constar nos vossos
registos, há cerca de um mês recorri à AMOR e comprei-vos o pacote “morte
súbita”. Apesar de no início ter ficado satisfeita com os resultados, acontece
que ao fim de uma semana, a paixão voltou e desde então não voltei a conseguir desfazer-me
deste sentimento.
Como o “morte súbita” declara o
óbito do cônjuge, neste momento passei de ódio pela pessoa, para um amor
impossível, uma vez que a mesma se encontra sepultada no meu quintal (tal como
indicava o “passo 6” nas instruções).
Desta forma, exijo ser
reembolsada e indemnizada por defeito nos serviços que me foram prestados,
sendo que toda a confiança que tinha na vossa Associação foi quebrada.
Aguardo contacto breve.
Sem outro assunto,
Piedade
sábado, 20 de junho de 2015
Desafio #LoveLetter_AITD
estão convidados a escrever(-nos) uma mensagem de amor apaixonado, desgraçado, obsessivo, magoado, excitado, embaraçado, desengonçado, aprumado, frio, oportunista, violento, poético ou obsceno. use sempre o tag #LoveLetter_AITD
Como dizia o Nick Cave, Let Love in!
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quarta-feira, 17 de junho de 2015
domingo, 14 de junho de 2015
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Impossibilidades
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