A passear pelas entrelinhas de um jornal
a formiguinha com borboletas na barriga
contorna a palavra embalsamado
e sente que algo está enredado.
Senhor seu marido o Crocodilo Camilo
invoca o seu estado e diz-se aprazível
mas a formiguinha só chora de desgosto
pois o seu amor em anúncio foi posto.
Encantada com a sua mandíbula
as núpcias fizeram-se apressadas
beijos trocados entre dentes e antenas
palavras mastigadas em contracções de fábula.
Agora todo o amor passa o dedo e sente escamas
pelo móvel pantanoso faz um trilho em passos seis
formiguinha alagada em lágrimas de crocodilo
escorrega pelo chão viúvo das damas-alfamas.
(Se o TeLhado estrelado pudesse ser um desejo afinado
formiguinha almejava que todo o sal se desfizesse numa folha de jornal
queria que as letras pequeninas fossem grãos de areia
para que as palavras anunciadas não soubessem a teia.)
Encantado, com o jogo das palavras e pela mensagem ;)
ResponderEliminarQue bela e trágica história de amor. Inspirada pelas musas mais generosas...como sempre.
ResponderEliminarainda estou para saber como é que falas com esta bicharada psicadélica, que maravilha
ResponderEliminarQue núpcias tão curtas entre a formiga e o crocodilo... (como acontece tantas vezes na vida)...ao menos que tenham sido boas. muito bom, parabéns!
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