quinta-feira, 8 de março de 2012

Estro Eufémico


O meu coração é um balão
Que anseia por uma corrente de ar
Desde que os meus olhos em ti foram chocar.
Como crer não é ser, mantive-o ábdito e abscôndito até agora.
Mas desde o momento em que uma abentesma me veio relatar que,
Lá fora,
Dançavam árvores acárpicas asfixiadas na sua tristeza de terem estropiado aquilo que as embeleza,
Que ele tem vindo a inchar.
Abaloaste-me o coração sem me explanar o seu porquê.
Recorreste ao teu estro com palavras caladas pelo teu olhar eufémico de me querer causar excídio amoroso.
Chegou o ar,
O balão está amarrado por um fio. E o vento sopra, sopra tempestuoso.

8 comentários:

  1. Excelsa composição simultaneamente laudativa e amorosa, egrégio vate. E não estou a hiperbolizar. ;)

    Agora a sério.... está perfeito enquanto exercício e lindíssimo enquanto poema. Muito, muito bom.

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    1. Muito obrigado, Sandra.
      «Excelsa composição simultaneamente laudativa e amorosa, egrégio vate.», vocabulário do mais alto quilate! E não estou a hiperbolizar.

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  2. Excelente Emanuel! Mais um trabalho impecável! :)

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    1. Obrigado, sr. Pereira. E, caríssimo, não estou esquecido do copo que me anda prometido.

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  3. Curiosa e fantasiosa composição
    estou a apreciar este novo autor

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    1. Mil obrigados. Foi com enorme apreço que vi as suas palavras. :)

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