Fumaste um cigarro, sentámo-nos perto, aqueci as nossas mãos entrelaçadas.
Nada estava previsto e tudo foi previsível. Excepto termos entrelaçado as nossas mãos.
Deitámo-nos com elas dadas, encostámo-nos, beijámo-nos, amámo-nos, dormiste, acordaste, repetimos.
Prendeste a minha mão na tua, abracei-te, beijei-te, balancei-te como a uma criança,
Agarraste-me com garras feéricas, entraste na minha cabeça, inundaste-me de esperança.
Abracei o teu estertor,amparei-te das alturas em que caíste tantas vezes no limbo do sono.
Aqueceste-me, abraçaste-me, embalaste-me em espertina contra os pesadelos do profundo.
Não dormi, ouvi-te respirar, gemer uma dor que vinha do fundo, acordaste, prazer, dormiste, acordaste e estávamos abraçados
Não dormi nem acordei, esperei e abracei-te.
Onde está a tua mão em mim pousada, no meu dentro? O teu beijo desajeitado, desesperado em carência tão grandiosamente incomensurável?
Acaso caíste e eu não te amparei? Abracei-te demais, de menos, fui outra que não quem sonhaste?
Que tens frio por dentro. E eu. Por fora congelo.
Em mim acordaste um rio de lava que agora escorre mansa e densamente em tua direcção
E te consumirá até que o gelo em ti petrifique.
MM’ 4 Fev. 2012
Imagens fortes...
ResponderEliminarSad but true Sandra... ;)
EliminarImagens fortes, que todos nós já vivenciámos, mas que não conseguimos transcrevê-las com essa intensidade. Comtinua a deslumbrar-nos!
ResponderEliminar