sexta-feira, 20 de maio de 2011
"Nunca estive naquele páteo. Só sei que olhando a bola a saltitar de lá para acolá, resvalando nas paredes porosas; escutando os gritinhos mecanicos e treinados das raparigas e relembrando os meus próprios pés diagonais e disformes, o sistema solar parece acabar na curva ao fundo da rua. Parece que consigo ver-me encolhido contra aquela parede ao fundo, a tentar manter-me como uma mínima camada concava da mesma. E a ser atingido em cheio pelos estilhaços de uma explosão de leite com chocolate, logo a seguir. Os olhos no chão asfaltado e o caminho triste até ao escuro e longo tunel que ladeia o ginásio da escola, mordendo o lábio quase carnívoramente.
Que longo, longo túnel, em que vejo a luz ao fundo, mas que não mais parece acabar...
Mas não, nunca estive ali."
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Diz lá Vulto... Poupas nas palavras para esbanjar em significados. Divides toda essa intensidade por esses poucos vocábulos. E é por isso que os teus pequenos textos são tão poderosos ....
ResponderEliminarLi e acabei de ser transferida para o teu cenário... como se todos os acontecimentos fossem memórias. Um dia descrito em segundos, mas com muita essência... "essência O_vulto"
ResponderEliminarAcabei de ler isto e dei por mim a sorrir. Tu até sabes porquê. :)
ResponderEliminarSubscrevo o comentário da Sandra: os teus pequenos textos são sempre intensos e poderosos e com a precisão de um missil.
Somos mesmo uma curiosa antítese... mas no código genético, são as mesmas memórias, imagens e lugares que nos dão formigueiro nos dedos. :)
Adorei.
Muita simpatia vossa. Sou preguiçoso em tudo, se calhar também a escrever :D . Também por defeito profissional, apesar de não estar directamente ligado à escrita, o "menos" é quase sempre mais, desde que o "recheio" tenha tudo.
ResponderEliminar"Sis" , se alguém descodifica este texto com facilidade, só podes ser tu. "Curiosa antítese" é mesmo a expressão certa. ;)
Gosto muito das tuas palavras (sempre). Sinto quase sempre (neste também) que há mais frases entre as tuas (frases não escritas, subtexto) e procuro-as. Dizes muito no que escreves, mas não consigo evitar ficar ansioso para o "e depois?" (se contasses esta "estória" verbalmente não fugias à pergunta).
ResponderEliminarmuito bonito e deixou-me com um sorriso...
ResponderEliminar...pois parece que eu estive nesse pátio...
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