terça-feira, 21 de janeiro de 2014




Não mais erguerei esta tocha. Cortar-me-ão as mãos em finas fatias douradas se ousar desafiá-los.O horizonte é agora um amontoado de punhais escarlate de dois gumes. Abotoando este vómito ao longo do caminho procuro a porta secreta para um assentamento de espáduas, mas esta corrente acida mastiga-me suave e parcimoniosamente, sem cessar. Cessar-fogo. Fogo sem artifício. Artífice da escultura derradeira que dissolverá este satélite obsoleto com raios flamejantes. Embala-me vagarosamente os sonhos até que o céu se desligue.

2 comentários:

  1. O espírito do Lorca deve sorrir cada vez que decides escrever um destes teus shots. Muito bom.

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    1. Shot :) Gosto do termo! Nunca tinha pensado nisso... mas faz sentido. Obrigado, Sandra!

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