sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Amanhã …provavelmente...morreríamos outra vez!


Estava um calor que secava gargantas.
Trabalhávamos num escritório mínimo cheio de cadeiras de madeira velha, secretárias de fórmica e antigos papéis mata-borrão em cima de tudo o que se parecia com uma mesa.

Naquele escritório, raramente apareciam os advogados que o arrendavam. 
Ali nunca nada se passava, os dias eram cheios de silêncio, a luz morria em lâmpadas de vinte velas. Ali, não víamos nada nem ouvíamos nada, só porque aquilo, por ali ,era menos que quase nada.
 Não tínhamos muito que fazer, só pequenos afazeres burocráticos e bafientos. 
Morríamos dia a dia .
E tão bafientos nos sentíamos, desarranjados de vontades e adormecidos de sensações que desmaiávamos todos os dias, caindo na  letargia instalada
Aquele devia ser o Verão mais quente, que eu me lembrasse …

Chegávamos ao escritório com pouca roupa e com a pele luzidia e banhada em Sol matutino.

Eu imaginava-me uma executiva, num arranha-céus de uma qualquer cidade europeia, e mordendo a ponta da caneta, lá me sentava em cadeiras escangalhadas…
A Elsa, vestia sempre qualquer coisa que lhe marcava, de forma sensual, os enormes seios que pareciam querer saltar da blusa de licra preta .
Os mamilos endureciam, cada vez que Elsa lhes tocava distraidamente … olhava para  Carlos, que se sentava mesmo à sua frente.
Elsa imaginava e quase que conseguia sentir, as pontas dos dedos de Carlos a passarem leve, casualmente... junto aos  mamilos que espreitavam no seu decote, e se escondiam num apertado sutiã branco que marcava rendas escondidas numa blusa preta. 
Olhava distraidamente para Carlos, começava a sentir um latejar agradável quando comprimia as pernas quase sem dar por isso. Passava a ponta da língua nos seus lábios carnudos, humedecia-os de propósito, semi cerrava os olhos e tudo fazia para sentir a perturbação evidente de Carlos.

Carlos olhava Elsa de um modo disfarçado. Não conseguia desviar os olhos daqueles mamilos proeminentes, duros, desenhados na blusa decotada. Fechava os olhos míopes , escondidos em  óculos de tartaruga , imaginava o sentir da sua língua rodeando os duros mamilos, enquanto as suas mão afagavam suavemente e com força aqueles seios que lhe pareciam tão firmes.

O calor húmido que se sentia no ar, fazia com que as suas pernas se colassem à cadeira de napa, mexia as pernas e estimulava assim uma erecção quase permanente. Tocava o seu pénis ao de leve e pensava tocar os mamilos de Elsa. Como seria a sua cor? Imaginava-os claros, como pétalas de flor, imaginava-os macios, imaginava-os rijos, imaginava que os trincava devagar, imaginava ouvir os gemidos surdos de Elsa.

Eu contemplava todo aquele mágico teatro, todas as mágicas cenas, tudo aquilo que lhes poderia passar pela cabeça, e nesta minha húmida imaginação sentia a minha roupa interior que começava a colar-se em mim.

Carlos, por si só, não me excitava. Elsa também não.

Excitava-me imaginar que se tocavam, ou que pensavam tocar-se. 
Quanto mais pensava ver os dedos do Carlos a apertarem os mamilos de Elsa, mais molhada me sentia, devagar acariciava um clítoris que crescia quase sem eu lhe tocar, nem parecia o meu...
Se lhe tocasse agora, sei que teria que gemer. 
Tocava-me, e disfarçava o gemido no meio de uma tosse inventada.

Era assim todos os dias, no meio dum calor sufocante, sentados em cadeiras velhas, respirando ares de bafio.
 
Dia após dia, nunca finalizava o meu secreto prazer, prazer que começava a sentir assim que chegava ao velho escritório.
Um dia, por um acaso da vida, chego mais cedo.

Abro a porta devagar, quase que não fez ruído ao abrir. Sento-me na cadeira à entrada da porta, espreitei pela nesga de porta aberta … oiço um gemido abafado … de onde vinha aquele som... miado sedutor …? Abri a porta da sala devagar e espreitei…
Naquela manhã, alguém tinha chegado mais cedo do que eu.

Elsa e Carlos envolviam-se em sons mal cantados e carícias molhadas. Deixei-me ficar, quieta, olhava as mãos de Carlos que acariciavam os mamilos rosados de Elsa, enquanto passava a língua, suavemente, na parte interior das suas pernas.
Elsa gemia, pedia-lhe, num sussurro,que a língua não parasse de percorre toda a sua vagina, que de tão húmida reluzia. Carlos acedia ao pedido, tocava as pernas de Elsa com a língua e encostava-lhe, quase sem querer, o seu enorme pénis. 
Devagar, muito devagar, roçava o grosso pénis na suave e branca pele de Elsa.

Comecei a sentir as minhas calças húmidas, incómodas e apertadas. 
Podia tocar-me sem ninguém ver.
Desci as calças de algodão e acariciei, sem medo, toda a zona que gritava entre as minhas pernas, de tão molhada escorregavam-me os dedos.

Carlos explorava Elsa com a sua língua e numa força repentina voltou-a, deitou-a na velha secretária de fórmica, e quase sem ruído penetrou-a, enquanto as suas mão lhe acariciavam os seios com força, Elsa, ao mesmo tempo, estimulava o seu clítoris.
Foi nessa altura que entrei na sala, sem darem por mim.
Já estava meio despida, só com os seios tapados, comecei a tocar e a beijar, delicadamente, os testículos salientes de Carlos. Carlos voltou-se, olhou-me com os seus olhos miopes,sem aros de tartaruga morta ,  e sorriu-me, a sua boca procurava a minha e encharcamos-nos num beijo.
Repartia agora as suas mãos, entre os seios de Elsa e o meio das minhas pernas…
Elsa percebeu que algo se passava, e voltando a cabeça para trás pedia a Carlos que a penetrasse com toda a sua força.
E num momento só… experimentámos ao mais intenso prazer das nossas vidas.
Carlos fazia-me deliciar nas suas mãos, Elsa se perdia -se  ao ser possuída pelo  enorme e duro pénis.
Esperava por nós, e quando atingiu um denso orgasmo, repartiu-o entre a flor rosada de Elsa e a minha sedenta boca.

Estava na hora da saída, esperavam-nos as filas enormes nas paragens apilhadas de gente morta esperando autocarros desconchavados. 

Vestimos-nos à pressa , em silêncio e em sorrisos, e cada um seguiu o seu percurso dentro de um corpo ainda húmido, ainda vivo…

Amanhã …provavelmente....morreríamos outra vez!

Novembro - 2011
TMQ - Continuando assim...






2 comentários:

  1. Fabuloso!
    Parabéns!
    Estava curiosa para te ler :)
    Senti a viagem...

    ResponderEliminar
  2. Morre-se sempre nos dias seguintes, quando a garganta seca com os beijos que não se esgotam.

    Anamar

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