quarta-feira, 14 de abril de 2010

Invenção de uma dor



As pedras não se quebram.
Se ao menos as pedras se rompessem.
O dia apaga-se no meu permanente naufrágio.
Feridas cansadas de se chamarem feridas
No amanhã que devia ser um corpo incompleto.
Dias como vésperas de dias iguais.
Porque todos os dias perco o que um dia perdi.
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4 comentários:

  1. Inês TiiL14 de abril de 2010 às 22:05

    É assim o quinto sinal vital... aqui tão bem descrito. E como Fernando Pessoa diz:
    "O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente. (...)"
    Footprints, aparece mais vezes por aqui :)

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  2. natália15 de abril de 2010 às 14:04

    e renascer a cada novo dia...é o grande salto sobre as pedras. gostei!

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  3. Unknown4 de junho de 2010 às 23:37

    Está perfeito.

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  4. Bicho d'Ouvido9 de junho de 2010 às 19:11

    Tens um dom enorme. Para para sentir demasiado, todos os dias, e o pôr em palavras e frases perfeitas. E a gente sente contigo. Parabéns.

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