sábado, 26 de março de 2011

Ao lado jardim



Ao encontro dos batimentos onde encosto o ouvir
no chão, do chão, entre ele e o suspiro búzio
seguimos pelo troco até à ponta fina da inspiração azul…
Temos o olhar sincronizado no trajecto
que termina num piscar lacrimejante de olhos do sol.
Vês laranja avermelhado com eles fechados
e eu, com eles abertos vejo-te retalhado em luz e sombras
entre pensamentos que se perdem num cordão umbilical de letras
e que descansam na lupa do silêncio que se incorpora com o toque falangico
descrito em sulcos apertados.
No chão, do mesmo chão,
seguimos pelo tronco até à ponta diluída da expiração negra…
Temos os beijos sincronizados no trajecto
que termina num céu varicelado de estrelas.
Vês brilhos presentes com eles abertos
e eu, com eles fechados desmaio pestanas em calda de açúcar.
“Porque tens os olhos tão fechados?”
É para te bem-querer melhor.

4 comentários:

  1. A expiação dum amor em fragâncias de cores.
    belo.

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  2. Senti-me num caleidoscopio para os 5 sentidos. Belo, como sempre.

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  3. -Por que escreves tão bem?
    -É para te emocionar melhor ;)

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  4. Este é um daqueles poemas que eu classifico com aquela palavra começada por F. Como é que eu ainda não tinha lido isto?!... Como tu dizes, "tão anti-hipoglicémia!..." Tão bonito.

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