III
Tento reconhecer-me num raio de sol
o vento agita a musica
dentro de mim,
confrontos sangrentos
a pele rasgada,
o corpo em febre
uma gota de água...
...a paisagem é agradável
pedaços de céu
um bando de aves
em torno da minha árvore
ensaio o voo
os telhados amontoam-se
continuo parada
ruas em prédios
multidão anónima
Lisboa
sem rio
já não há segredos
tudo foi dito
o mistério das flores
desvendado
o luar mágico
assim
o bosque secreto das palavras
sem nexo,
o tempo
devora o dia
i
n
d
i
f
e
r
e
n
ç
a ?!
Não sei o que sinto,
orgulho ferido
espelhos liquefeitos no olhar
pressa de viver
um breve gostar
sem saber de quem
a transparência do olhar
(verde)
provocou
a confissão
estranha,
confusa,
as palavras jorraram
numa tempestade
de Sol
o vermelho das faces
e dos morangos.
Silêncio.
O não entender.
Continuo perdida
Uma pedrada
no charco.
Amanhã
quero um olhar
mesmo que de outra cor.
Gosto das tuas passagens do sol para o céu, depois para a paisagem, a árvore, as flores, as palavras, os pensamentos... tudo isto a terminar no silêncio de um olhar (profundo) desejado, de um amanhã... os teus poemas docemente orientam o caminho das letras.
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