quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Olhos de água



dispo-me para ti ao som dessa musica com que me tocas. dispo-me de preconceitos, trejeitos, dogmas. dispo-me numa sinfonia de roçar de tecido. algodão. seda. cetim. o pescoço inclinado ao teu beijo. as mãos prenhes de abraços. dispo-me de mim. a alma desnuda em carne viva. tocas-me a medo, no receio de me quebrares. ou ao encanto com que me entrego. nua. despida com ternura__________ de olhos rasos de água. quando as tuas mãos cheias de mais vintes anos que as minhas, me acautelam a queda. me seguram as vestes com que me despes. com o olhar e os meus gestos. lentos. depois lestos. dispo-me de mim, nesse quarto onde me abro à noite que te fecha sobre mim. no beijo que guardo nos lábios que foram só teus. dispo-me. e nua, atravesso o teu corpo num voo rasante à tua alma de poeta maldito, com que me fazes poema



4 comentários:

  1. AnaMar despi todas as palavras, todas as frases deste teu terreno interpessoal…elas abusam do poder da dança…beijo

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  2. olhos que lêem, sentem, vêem um texto belíssimo, que num voo plano se aproximam do eu que todos possuímos

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  3. Belo e sensual. O amor é um lugar secreto.

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  4. A contribuir fortemente para o aquecimento global!

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