segunda-feira, 19 de abril de 2010

Unidade imaginária



Hoje acordei ao som de três pancadas e, dada a violência do eco de cada uma, quase que arriscava a dizer que fizeram pontaria à minha cabeça. Acordei mas não abri os olhos, simplesmente deixei-me ficar. Ao som da primeira pancada lembrei-me das palavras e do som que elas fazem na nossa cabeça quando pensamos nelas. Pensei naquelas palavras que são constituídas por uma parte real e outra imaginária e que por isso são chamadas de complexas. Difícil é decidir qual das partes gosto mais. Será que a parte real é apenas imaginação minha, ou será que a parte imaginária é a verdadeira realidade?

À segunda pancada concluí que o melhor é ter as duas partes, poder sonhar sem nunca deixar de ter os pés na terra, ou então poder ter os pés na terra mas não sentir o chão tal é o poder da imaginação. Gosto desta complexidade… a clareza só torna as coisas desinteressantes.

Palavras e a boa disposição que elas podem trazer…

Ao som da terceira pancada abri os olhos e antes de conseguir dizer a primeira sílaba do dia ouvi uma voz que me disse: “já eras para estar no palco!”.

Por favor, Molière, só mais cinco minutos…

(Já alguma vez sentiram a quarta pancada? Não queiram, dói que se farta!)

Em palco...

2 comentários:

  1. ler te é encontrar uma luz...por mais pequenina que seja, é ver que o melhor da vida ainda esta para vir mesmo a cada pancada...:)

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