terça-feira, 5 de julho de 2011
Castor e Polux (resposta ao Desafio 'Música')
Quando a montanha te chamar,
E a chuva sussurrar o nome que antes fora teu,
Saberás que estou contigo
Se a terra debaixo de teus pés gretar de sede,
E o fogo pastar na escura floresta que te ensombra,
Saberás que estou contigo
Quando a palavra que nasce entre lábios de escárnio,
E a luz colapsar ao tocar nos teus olhos vazios de compaixão,
Saberei que estás comigo e contigo de novo ficarei
Pois eu sou a essência desse nada que és tu
E tu, nada és senão o sopro da minha existência
Irmão, dupla face de meu destino inquieto
Mas eles… oh,
Eles, nada sabem sobre a existência desta sombra que nos une
Nem da morte que colapsa sob a luz do nosso olhar
Escondem-se nas gretas de chão, no arvoredo da noite
Sussurram, mas a chuva não os cobre,
Nem a montanha os acolhe
Eles… sonham
Sonham
Embalados pelo canto da mãe
Enleados no uivo ancestral que nos une ao sagrado
E sonham com a loba morta sob o pesado cajado do Pastor
Mas sabes que mais?
Hoje sonham comigo
E contigo
E de madrugada
Tudo será diferente…
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porque é bom sonhar, gostei muito
ResponderEliminarSonho de encantar, sonho de laços, sonhos!!!!
ResponderEliminarMuito, mas muito bom, gostei de te ler!!!!
Às vezes o coração das pessoas é como um poço sem fundo. Nunca se sabe o que se encontra no seu interior. Não temos outro remédio senão dar largas à nossa imaginação a partir do que aparece,à tona... adorei!!!
ResponderEliminarAdoro este mito...a sua infinita complexidade, como traduz o que é ser humano, como mostra que somos nós quem escolhe os nossos gémeos na vida, a recusa em permanecer se não houver nada para amar... Boa escolha, do tema, das palavras que passariam pela mente de Polux, dos sentimentos por trás das mesmas... Um arranhar da pena mais delicado do que é hábito ...
ResponderEliminarhummmmmmmmm.... capaz de arriscar um comentário...
ResponderEliminarCheira-me a imortalidade………
ResponderEliminarAs almas gémeas não são apenas luminosas como estrelas; às vezes são buracos negros gémeos, partilhando a vida e a morte, o Céu e o Inferno.
ResponderEliminarUm tema muito bem escolhido, posto em poesia com muita beleza e delicadeza, sem que a intensidade cortante dos sentimentos fique em causa. Antes pelo contrário, ampliam-na.
Gostei muito, como sempre. :)
No mundo de Der Überlende onde cada verso está marcado por uma realidade irreal... ou será uma irrealidade real? É fácil para ti dançar entre estes dois pólos e, como sempre a dança tem o ritmo certo.
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