segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dream boat


Nocturno pastoso de águas poluídas

náufragos perdidos em resgates que tardam

rasgam-se algas, tubarões a alguns sonares de golfinhos

moribundos

em

a

s

c

e

n

ç

ã

o

aos céus de oxigénio artificial

O ruído é um tumor cerebral que afugenta

(n)a agonia da guerra

que o homem inventa

para se sentir senhor de si

e

de todos os outros que ensurdecem com a cegueira sem ensaio.


6 comentários:

  1. como sempre um texto excepcional, parabéns

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  2. Muito bom. Recolher fragmentos de beleza por entre a catástrofe é uma das missões mais difíceis do poeta.

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  3. Da água para o céu... mas com a riqueza das palavras de AnaMar. É uma ascenção mesmo.

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