quinta-feira, 1 de julho de 2010

Deixem sangrar



E vinham multidões de todo o lado para ouvir a profeta a rapariga que não sangrava.

E ela falava do que estava por vir e na dor tormentosa que lhe ia no coração e no seu corpo seco.

- Não será um penso a tapar uma ferida mas uma pálpebra que protege os olhos.

-Vocês não querem ver porque aquilo que vos existe de infinito habita no castelo celeste , cuja porta é bruma da manhã e cujas janelas são canções e os silêncios da noite.

-E cantaremos uma canção e se o meu coração seco se encontrar noutro sonho construiremos uma torre até ao infinito .

- Agradeço ,a alma irmã
-Fazendo -me canal mesmo singelo
-De assistência e alivio aos semelhantes!
-Por tudo o que me foi tirado
-Por tudo o que me foi dado
-Repito-te no amor que a palavra não diz:
-Deixem -me sangrar...

E quando ficava sozinha sobre si mesma apenas num instante de repouso sobre o vento...

Pedia, leva -me faz me sangrar

E outra mulher me dará a Luz....

2 comentários:

  1. Inquietante, ao sabor do teu estilo. Adoro o desfecho do texto e o que ele significa :)

    ResponderEliminar
  2. the perfect gothic novel!

    Nani, o teu universo fascina...

    ResponderEliminar

Impossibilidades

É onde a cabeça de uma sweet little sixteen cai, frequentemente. Rola, desespero abaixo e, pum, estilhaça-se no vazio. Foge, acelerada, do...