quarta-feira, 22 de junho de 2011
O tempo do tempo
Era noite, talvez madrugada, acordou com um barulho, tic tac, tic tac.
Mas ela não tinha relógios no quarto…de onde vem o barulho?
Olhou em redor não viu nada, nem uma réstia de luz naquele quarto, pois ela não consegue dormir sem ser na completa escuridão.
Não gosta da luz, da projecção de sombras na parede, fazem-lhe confusão, perde a noção entre real e o que é fruto da sua imaginação.
Acendeu a luz e procurou o relógio, mas não existia nenhum relógio…foi descalça até à sala, para sentir o frio do chão e ter a certeza que não estava a sonhar, abriu a janela olhou para a lua, acendeu um cigarro e o som tinha desaparecido.
Voltou para a cama e já de olhos fechados, o som, aquele som, tic, tac, tic, tac!!!!
Relógio, conjunto de peças soltas que juntas, medem intervalos de tempo.
Mas ela tinha deixado de usar relógios, pois não queria saber do tempo, odiava o tempo!
O tempo passou a ser demasiado longo para ela.
Passavam segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos, e ela não queria ter essa noção. Um engano para si mesma, pois sabia o tempo exacto!
Antes reclamava com o tempo pois não tinha tempo para nada, depois passou a reclamar com o tempo porque este demorava demasiado tempo a passar.
Mas perguntava-se se o tempo correria depressa demais ou seria ela que corria, o tempo corre?
Quando o tempo demorava a passar pensava, é ele que é lento ou serei eu?
Mas os segundos, os minutos, as horas, os dias,as semanas, os meses, os anos continuam a passar porque o tempo não pára!
O tempo não pára, ou somos nós que não paramos?
O tempo corre ou somos nós que corremos, o tempo demora ou somos nós que demoramos.
Mas ela só queria dormir…mas o som continuava, estaria a sonhar ou seria a sua cabeça a pensar, a pensar sobre algo que ela não se atrevia a pensar durante o dia, o tempo, o tempo que já passou e o que falta passar.
O tempo…preciso de tempo, pensou!
E adormeceu com aquele tic tac ensurdecedor na cabeça. E com o tempo sonhou ou terá sido um pesadelo?
Acordou, estava tudo escuro, sentiu que não tinha descansado, levantou-se a abriu a janela, o sol brilhava, esta um dia bonito, pensou.
E enquanto se maravilhava com a luz e o calor do sol, lembrou-se, lembrou-se do tempo.
Que horas são?
E os segundos, os minutos, as horas, os dias, as semanas, os meses e os anos continuam a passar!
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O tempo somos nós!!! Quando este parar é sinal de que morremos! Mantemos-lo a correr! Deixemos a nossa marca em alguém e o nosso tempo não foi em vão!!!! bjs Sandra!!! Muito bonito!!!!! ;)
ResponderEliminarA fotografia perfeita, o homem e a maquina de contar o tempo...o relogio dentro de nós...encontrei-a! Mas não dá para postar aqui :((( fica aqui o link da nota no fb com foto.
ResponderEliminarhttp://www.facebook.com/notes/sandra-nunes/o-tempo-do-tempo/182288898495335
Menos peito aberto, mais velado, mais reflexivo. Um bonito rendillhado de palavras....
ResponderEliminaro tempo que queremos.que não temos. mas que pode ser o que quisermos.
ResponderEliminargostei.
Entre sonhos e pesadelos, o relógio que marca (sempre) os momentos acordados e adormecidos num texto de madrugadas pensativas :)
ResponderEliminarTiiL é mesmo isso!!!!!!
ResponderEliminaros momentos de uma vida, sentidos vividos!!! gostei tanto!!!
ResponderEliminarobrigado a todos, é mais um texto real...eu não quero saber do tempo, mas sei-o perfeitamente...obrigado por gostarem dos meus pensamentos soltos, preços por um fino fio de lucidez!
ResponderEliminarpresos (desculpem!)
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