domingo, 13 de junho de 2010
Nossa Senhora
Inamorada, entre escombros
Passeia Libera, a sonhadora
A mão invisível sobre seus ombros
Visões de espanto e assombros
Sussurra mansa, sedutora
Entre a brisa, passageira
Inebria os homens incautos
Arrepios, medo, sobressaltos
Cada um a sente à sua maneira
Somente uma vez, a primeira e derradeira
Incantata, tem a marca do fogo
Da paixão pela carne, eterna
Cegos de luxúria, entregues ao jogo
Cegos pela luz, na escuridão da caverna
Reféns do ar que tudo envenena
Passionata, o domínio
Das artes negras, do fascínio
De tudo o que se move, das trevas
Do que se esconde, entre névoas
De toda sanidade, extermínio
É o que nos move, a devoção
São os laços doces que nos prendem
São vãs promessas que a tudo cedem
Entregues a Ela, com total submissão
À Morte, absoluta Senhora da compaixão
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ResponderEliminarA Morte realmente inspira-te.... e é uma musa generosa. Gosto da ideia de que ela nos seduz e atrai para si ...em vez de simplesmente nos levar. Torna o poema estranhamente suave, apesar de algumas das imagens que crias.
ResponderEliminarEstás inspirado... :) Gostei do uso que fizeste da alegoria da caverna, ilustra bem o fascínio que a morte exerce enquanto tema e, sobretudo, a forma como a vemos e lidamos com ela. E da comparação à Apassionata do Beethoven. Dizem que ele a compôs quando se apercebeu da irreversibilidade da sua surdez. Irreversibilidade e morte, paixão e morte... encaixam como uma luva.
ResponderEliminarGostei muito da ironia religiosa do título. Apassionata e Avé Maria: "Rogai por nós pecadores, agora e a na hora da nossa morte..."
fascinio foi o que senti,gostei e muito!!
ResponderEliminarObrigado pelos gentis comentários
ResponderEliminarBicho, tu já me descodificas demasiado bem, isso é batota!
vénia, mui agradecido