sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
1000 Rosas
O meu mundo é a Broadway. Aquela magia dos teatros fascina-me, o cheiro dos perfumes caros que senhoras emproadas não se esqueceram de pôr antes de vir ao teatro, o cheiro dos charutos dos homens que as acompanham, etc. Musicais, dramas, comédias....tudo me fascina.
Quem sou eu? Apenas um solitário viajante das palavras. As pessoas lêem o que eu escrevo, falam comigo na rua, interpelando-me por meros autógrafos, mas não me conhecem. Não conhecem o homem, que viajando ao mais ínfimo dos sonhos, lhes traz histórias, poesia..... O homem solitário que vagueia entre teatros, observando-os. O homem, que apesar de tudo o que pode ser, não deixa de ser homem. O homem que sonha amar um dia e ser correspondido. E até esse dia surgir, continuará a vaguear pelo seu mundo na procura do seu bem mais precioso, imaginação. Continuarei a deambular por aqui, talvez por um breve período de tempo, talvez eternamente.
Mas as minhas deambulações dão-me ensinamentos, histórias... Sobretudo histórias.
Vêem esta rosa no meu bolso? Está seca, eu sei, mas guardo-a como recordação da maior prova de amor a que alguma vez assisti.
Nas minhas rondas pela zona dos hotéis, estava eu conversando com o meu amigo James Monroe defronte de um grande hotel, quando vejo um rapaz dos seus dezoito anos carregando uma grande mala escada acima. Notava-se a dificuldade com que ele a carregava. Nisto, um senhor embate contra a mala e ela cai no chão, abrindo-se. Dentro dela estavam cem rosas vermelhas, talvez mil... O rapaz, desconsolado, apressa-se a tentar apanhar as rosas mas as pessoas que por ali passavam já as tinham pisado. Conseguiu salvar duas. Aproximei-me dele e perguntei:
- Para que queres tu, rapazito, tantas rosas?
Ele respondeu-me que eram para a rapariga dos seus sonhos, a Elizabeth. Que iria declarar-se nessa noite e as rosas eram uma ajuda.
Ofereceu-me uma. Atónito, perguntei-lhe porquê. E foi então que deu a resposta mais impressionante que eu alguma vez ouvi:
- Não se preocupe. Fique com essa para si como recordação. Uma basta-me para demonstrar-lhe o que sinto.
Pediu-me também que imortalizasse o seu amor nas minhas palavras. Chamou-lhes sopro de magia, mas não sei, talvez tenha sido o melhor dos elogios que recebi. Mas a rosa, continuo a mantê-la comigo...talvez apareça alguém a quem a possa dar.
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adorei este texto. Não sei exactamente a razão, ou melhor, sei. Entrou-me cá dentro. Como um fluxo vindo da alma.
ResponderEliminarUm abraço
Fernanda Guadalupe
De uma enorme sensibilidade, este texto. Muito bom, gostei muito.
ResponderEliminarTão terno quanto romântico.
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