terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nariz



Cheiras-me a água da chuva.
Chuva miudinha.
Tropeças nas Cumulonimbus e ao chegares ao chão deixas espaços secos por onde não quero passar.
E não passo.
Oriento os pés e estico-me tanto que a ponta do meu nariz fica corada com o toque líquido do teu estado.

Ontem choveste-me e isso abalroou a minha pedra abraçada por coronárias. (Pensei que as goteiras só fizessem as delicias dos pinga-amor).
Hoje marcaste o início da vigência do artigo definido “o” em direcção ao que eu achava não ter direito e isso fez-me ficar com cócegas nos sonhos.

Quando o sol voltar a brilhar vou procurar as poças de água.
Vão cheirar a ti…
E ao tocar-lhes vão suspirar ondas de propagação em direcção aos bordos da ferida que deixaste no meu caminho.

6 comentários:

  1. e com este texto veio o arco-íris...tanto Inês gostei tanto Inês(zoca)

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  2. Chuva feliz, essa que te rega a alma. E que cheira. Se o amor me chovesse assim, queria apanhar uma molha. :) Belissimo.

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  3. Não preciso chegar ao fim para descobrir que é teu. Como disse, gosto sempre!

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  4. "Ficar com cócegas nos sonhos" é algo que só uma tempestade de amor consegue:-)
    Belo.

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