terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Grito mudo


Quedam-se as mentes dormentes na esteira
Volve-se a quente a gente esterqueira.
Falta-nos alma
na calma a pesar
Sobra-nos mágoa
de água a gelar.
Povo sem veias, não creias que sim!
Povo em teias de um nome ruim.
Basta-te o pouco
de um louco rufião
Clamas por nada
sem voz ou razão.
Céus incolores com dores de mudez
Ouvem as vozes dos burros talvez…
Mas outras em grito
não rasgam o céu.
Abram gargantas!
Levantem o véu!
Cesse a vontade do homem tirano
E vença a justiça deitada pelo cano!
Vivam-se os dias
Em digna bonança
Ilumine-se a noite
Conquiste-se a esperança.

8 comentários:

  1. Sandra, se soubesse musica, compunha para o teu poema. Gostei... muito

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  2. Canção de intervenção precisa-se! O teu poema está a pedir uma música, como diz o João. Gostei muito. :)

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  3. "Acordai homens que dormis a embalar a dor dos silêncios vis", já dizia o Lopes Graça. Gosto do teu grito e não preciso explicar porquê. Gosto do poema em si porque só algumas combinações de palavras, ditas da maneira certa, têm o dom de nos obrigar a indireitar a espinha. "Conquiste-se a esperança".
    (tenho cá um orgulho de ser tua homónima :)

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  4. Mas que ritmo! Palavras bem pensadas que se lêem mas que fazem a sua prória pontuação... quem lê sente-se impulsionado pelo som, é impossível não ler até ao fim, várias vezes.

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  5. Geração nem rasca nem à rasca, mas sim geração de luta, de força, de inteligência, de trabalho, de cooperação, de humildade, de amor, de família, de amigos, ...

    Geração de gente boa

    Geração de gente que está farta que lhes chamem nomes estúpidos!


    A geração que está a mudar o Mundo

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  6. AQUI FICA O MEU MANIFESTO AO SEU POEMA..
    NÃO ESTÁ SÓ NESTA SUA DENÚNCIA, EU ESTOU CONSIGO.

    Porque me perco eu?
    Neste mundo desabrido
    Tenho dias, escuros como breu
    Outros muito coloridos

    Espero que anoiteça
    Que volte a luz do dia
    Continuo, até que adormeço
    O mundo continua vazio

    Faço meus projectos mentais
    Revolto-me, como toda agente
    Para mim já tudo é demais
    Nunca chego estar contente

    Vou-me levantar desta utopia
    Que me está afogar
    Sacudir a letargia do dia
    E tudo vou abanar

    Abanar com palavras escritas
    Só chegam a quem sabe ler
    Tudo o resto são mosquitos
    Será que tem direito a viver

    Levanta-te povo ferido
    Revolta-te contra a traição
    Num esgar de agonia
    Deixa em casa o teu cadeirão

    Está na hora de marchar
    Portugal não merece o castigo
    Combater este marasmo
    É connosco, é comigo, é contigo
    por: joaquina

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  7. Joaquina, devia publicar os seus poemas no lugar que merecem e não nos comentários... ;) E viva a revolução! ;)

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  8. Obrigada Sandra pelo seu comentário!!

    Diga-me como?? para além dos meus blogs!! Claro...
    Também penso que deveriam ser lidos por mais gente sim...
    um abraço, joaquina

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