II
Ou não se foge, ou se esquece.
Esquecer?
(continuo a fuga)
de repente
os espelhos desabaram
apressados
intactos
e sem ruído
a musica desfolha as pétalas
o sol inunda o meu quarto
a claridade evidencia a dor
navego num lago
sem fundo
a montanha reclama-me
o sal no olhar
verde
azul
castanho-terra
as lágrimas
deslizam dentro do peito.
Uma árvore despida de medo
em dias cinzentos
as flores misturam-se
numa desordem
de aromas
pueris
os gestos
a(c)tos de uma
representação
ímpar
a apologia da loucura?
Ou o abandono
nos prados
percorrendo os sentidos
portas fechadas
tranco-me por dentro
até mim
a dor chega
insinua-se
no respirar
o orvalho
refresca
o tentar esquecer
quem fica comigo?
calor impuro
d
e
s
c
o
n
h
e
c
i
d
o
no Verão
as cerejas
são o fruto
proibido
o medo nas ondas
o mar
nas carícias
de areia e sal
segredos do vento
não fujas
permanece
esquece.
Murmúrios
estranho pe(n)sar.
The end.
Regressa o arco-íris o ruído da cidade as imagens poeirentas o desejo sem nome o momento sem data música esquecer
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