terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Suburbia
Lá fora
Onde os anjos passam desapercebidos, entre reflexos escondidos
Onde o sabor das laranjas é acre e sonolento
Onde quietos ficam entre suspiros, agoirentos
Ladrões de fome e sentimentos
Inquietos, pedantes e firmemente indiferentes
No chão prostrados, entre correntes e gotas de mel
Fria, grisalha, entre penas e suaves desejos
Estamos longe de tudo e de tudo apartados
Desligados, em apneia mergulhados
Enquistados no asfalto quente das tardes de verão
Surdos, entre estranhos braços enleados
Por nada que somos agora
Quando estamos
Cá fora
Não mais nos esqueceremos do afã com que morríamos
Todas as noites entre esquissos indizíveis sobre virgem linho
As páginas insolúveis lavrámos com beijos e tormentos
Derradeiros pensamentos, despertos para depois desaparecer
Em volúpias, vórtices e vertigens memoráveis de areia fina
Deixei que te perdesses entre os dedos dos meus sonhos, escapasses
Desaparecer na esquina da madrugada, um espectro feito de nada
Que tudo de mim levou, libertou, um nada nu
Despido de carícias e aromas quentes
Soçobrei
Cai longe do centro da cidade do teu Eu
Pelas luzes trémulas apagado de sombra
Não mais aqui
Tristes, tristes
Estes dias sem ti
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Impossibilidades
É onde a cabeça de uma sweet little sixteen cai, frequentemente. Rola, desespero abaixo e, pum, estilhaça-se no vazio. Foge, acelerada, do...
-
Desta vez o desafio é para maiores de 18. A proposta é tomar de assalto os espaços mais velados da consciência, desgrilhoar o proibido, visi...
-
Passaram 2 anos, 6 meses e 28 dias que um dia não me consegui levantar da cadeira. Estranho pensei, nada de especial, horas a mais à frente ...
-
O tempo passou por nós, não vês? Crescemos, tornámo-nos tristes. No fundo, crescemos. Perdemos as brincadeiras, Os sentimentos s...
D.Ü., versos muitooo bem criados... imaginados... reais... "Lá fora" e "Cá fora".
ResponderEliminarSempre te disse que te preferia em prosa mas acho que a poesia anda a crescer aí dentro e a gerar bons frutos. É natural... porque a tua escrita, poesia ou prosa, trasmite muitas vezes a sensação de que as palavras rasgam-te o peito para sair. Nasceste mesmo com um século de atraso....
ResponderEliminarConcordo plenamente com a Sandra, as usual...
ResponderEliminarCá (LÁ) fora a musica cai em palavras intemporais. Assim os destinos dos poemas por inventar.
ResponderEliminarL.I.N.D.O!