sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Briófita em sol maior
No primeiro degrau de baixo
quando faltavam três colcheias para a hora
bebias chá de rizóide
e eu, de pensamentos pianíssimos
fazia soar o desequilíbrio
(mas o teu modo fixo não te deixava cambiar o olhar).
No primeiro degrau de cima
muitas pulsações antes da hora
ao paladar da brisa matinal
doei a minha fotossíntese à escada
mas, quando o sol aconteceu
sorveste chá de filóide
perfuraste as gotas de orvalho
e eu, olhando para cima
de pensamentos fortíssimos
soube que não podia acompanhar-te.
Esperei.
No degrau do meio
antes de ouvir o acorde da primeira gota
aqueci entre as mãos chá de caulóide
“Queres?”
Quando as escadas tinham musgo
e os pés eram de orvalho
a troca de olhares fazia parte da queda
a nódoa negra era entendida
e eu via-te através do acumular de sangue.
Doía o levantar
o fingir a ofensa
sacudir a clorofila e dizer indiferenças à desculpa.
Na verdade
o molde do degrau do meio fazia parte do beijinho
(aquele que corta os pulsos à mágoa aguda).
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Ena! Atingi um novo patamar!
ResponderEliminarConsigo identificar os teus textos pelo titulo!
Delicioso...
Curiosamente, hoje não adivinhei ser teu. Escreveste duro, pesado,como as passadas num degrau.No do meio;) Mas continuo a gostar ;)
ResponderEliminarGostei, mas estou ansioso por que chegues a um novo patamar...
ResponderEliminarNão vou dizer que é bom... já sabes. Poema complexo, velado, difícil de alcançar. Muito pessoal, quase a entrar no domínio do inconsciente. Duro, portanto, .... para ti que o escreveste e para o leitor, que constroí em torno das tuas palavras...
ResponderEliminarAdorei. Fez-me recordar um beijo nas escadas e um chá muito especial:-)
ResponderEliminarLindíssimo.