sábado, 13 de março de 2010
Ela
Ela
Ela é a companheira que não acompanha
Ela é uma senhora fria e nublenta.
Ela é tão lógica quanto eu,
E é tão segura de si...
Ela tem as proporções que eu quis
E as que às vezes não queria.
Ela é linda,
E é fria;
Ela é luz,
Mas é noite...
Ela costuma estar a sós comigo,
Mas encontra-se muito na multidão.
Quando está faz-se notar;
Nota-se nos meus olhos.
Ela é perigosa mas sábia,
Ela é descanso mas errónea,
Ela é vida e ela é morte...
Ela nota-se nos meus olhos.
Ela é silêncio.
Ela é música em pensamento,
Mas é filha da ausência de som.
Ela lembra-me sempre um passado.
Ela é banco de jardim nocturno,
Ela é acre.
Ela é mãe do desespero
Ou madrasta da descoberta.
A sua chegada é sempre terrivelmente coerente
Pois ela é companheira da razão.
Ela é o caminho da sabedoria
Ou
Ela é estrada sem saída.
Ela é solidão.
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eles, os que lerem isto, são uns privilegiados
ResponderEliminarnós, que por aqui andamos, ficamos deliciados com a tua arte
Uma vénia a este poema.
ResponderEliminar"Ela tem as proporções que eu quis
E as que às vezes não queria.
Ela é linda,
E é fria;"
Verdade, beleza e tristeza, todas aqui. Parabéns.
Parabéns gostei muito!!
ResponderEliminarEla, a tua escrita! "Ela é música em pensamento". Ela tem pena de não aparecer mais por aqui. Ela é grande! :)
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