terça-feira, 30 de março de 2010
Sono Profundo.
Sem caminho de volta. É a ultima estação neste país onde és intruso. Não inimigo, não adversário, não desagradável. Apenas intruso, forasteiro, falante de outro idioma. O ruído da locomotiva embala-o num sono profundo do qual não consegue despertar. Despertar é maçada. Talvez lá mais para a frente quando o céu flamejante que espreita no limiar do horizonte impuser uma cor tórrida, insuportável, e o obrigue a erguer-se e a ler a enorme placa anunciando o Finisterra.
Mas por agora, dorme, desmaia, hiberna, prossegue um quase-coma físico e espiritual enquanto num pestanejar tudo vai decorrendo, desvanecendo, amarelecendo, desaparecendo.
Morde o lábio, e sente o sangue que vai apodrecendo nas veias. Por esta unção...
(repescado de O Passageiro da Chuva)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Impossibilidades
É onde a cabeça de uma sweet little sixteen cai, frequentemente. Rola, desespero abaixo e, pum, estilhaça-se no vazio. Foge, acelerada, do...
-
É onde a cabeça de uma sweet little sixteen cai, frequentemente. Rola, desespero abaixo e, pum, estilhaça-se no vazio. Foge, acelerada, do...
-
A falsa imortalidade da alma Falsos discursos, palavras apagadas pelo tempo Amores destroçados pela minha incerteza Quero apagar-me deste d...
-
Ínfimo sem esforço, voar sem querer, sonhar sem nada saber, criar sem compreender, nada explicar sem ver, derivar sem sentir, magoar sem n...
De profundis.
ResponderEliminarMuito bom.
Estamos todos a caminho de "Finisterra". Sono profundo, texto profundo... :)
ResponderEliminarum quase-coma físico e espiritual...profundo, texto muito bom:)
ResponderEliminaruma espiral apertada, como a serpente que se devorou a si própria...
ResponderEliminarmuito bom